Você não é o alecrim dourado nem o vilão do próprio filme – não se culpe!

E então o divórcio. Pois é. Olhando para trás, passa um filme com direito a trailer dos melhores e piores momentos, né? Como é natural, o casamento tem muita alegria no dia a dia a dois, mas também oferece provações e dilemas, alguns realmente muito difíceis, às vezes intransponíveis, tanto que o trem da felicidade chegou ao fim da linha. 


“Quem está de fora vê melhor o jogo”, dizemos e ouvimos. E no casamento não é diferente. Mas é durante a vivência do “na alegria, na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte nos separe”, é que se experiencia o quanto é difícil atravessar a vida a dois. A dois, a três, quatro – eu me referia a filhos, mas se você pensou em relacionamento extraconjugal, vale também. Entendi seu raciocínio e volto a ele em outro texto.


Penso que primeiro precisamos deixar claro que você não é o alecrim dourado nem o vilão do próprio filme – não se culpe! Não sinta culpa pelo divórcio, compartilhe responsabilidades. As crises nascem uma hora ou outra no casamento. Sim, no de todas as pessoas. E as crises não brotam, viu? Elas são geradas, por isso nascem! Por quê? Por que as pessoas mudam, as circunstâncias ao nosso redor também estão sempre em transformação, enfim, nada é estático.


Não te avisaram, mas (casando ou não) ao ser humano é necessário exercitar a capacidade de adaptação. Não adianta esperar que tudo continue do jeito que sempre foi. Até por que não será e você percebeu, né? Então, a rigor, você casou com uma pessoa e se divorciou de outra. Sim, por que você não estava mais se relacionando com quem casou nem seu cônjuge com a pessoa que trocou alianças.


Percebeu agora que é preciso rever o filme da história de vocês, com calma e muita pipoca, para compreender as cenas que bugaram sua mente durante a jornada a dois? Viu só como é complexo casar, vivenciar o casamento e divorciar? Nada é simples nem fácil; nem só dolorido, nem só colorido. Somos humanos, não exatos. De novo: não se culpe, compartilhe responsabilidades. É emocionalmente mais saudável. E você precisa de saúde emocional para seguir adiante.

Por: Camila Custódio –  Psicanalista & Terapeuta

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