O sentimento de fracasso perante o divórcio

É bem comum encarar o processo de separação conjugal como um fracasso pessoal. Frases como: “não consegui salvar meu casamento” ou “me sinto derrotado com a família sendo desfeita” ou ainda “o que eu poderia ter feito de diferente pra isso não acontecer?”. O sentimento de fracasso pode vir recheado por culpas, arrependimentos, tristeza, paralisias, medo do futuro, falta de motivação e/ou impotência. Se este sentimento se mantém por um período prolongado, poderá ficar crônico e desencadear transtornos psicológicos como: ansiedade, crise de pânico, insônia, comportamentos compulsivos… ou mesmo desencadear problemas psicossomáticos como: gastrite, síndrome do intestino irritável, alergias, queda de cabelo, dores articulares dentre outras. 

E por que as pessoas se sentem fracassadas ao término de uma relação? A resposta sempre será única e individual, entretanto, podemos pensar em algumas hipóteses:

  1. Alguém que encara o casamento como uma instituição sagrada, por questões religiosas ou espirituais, interpreta o rompimento como algo errado, pecaminoso e vergonhoso. Um exemplo é que até pouco tempo, a igreja católica excomungou o fiel que se divorciou (ficando este proibido de frequentar qualquer missa) e, caso ele se casasse novamente no civil, era mais um pecado cometido. A máxima “não separe o homem que Deus uniu” é válida e praticada até hoje.
  2. Uma pessoa que de fato dedicou tempo, energia, cuidados, amor e se preocupou com o bem-estar econômico, social e emocional da família – de forma genuína – se sente caindo em um precipício, como se nada mais fizesse sentido. Nesse caso, o sentimento de fracasso surge de forma avassaladora, a pessoa pensa que seus esforços e sentimentos não valeram de nada… Uma associação que pode ajudar a entender é a seguinte: pensa em um funcionário super dedicado, que está sempre disposto a ajudar os colegas, que adianta o trabalho, que fica até mais tarde na empresa, que tem alta produtividade, mas é demitido e sem nenhuma justificativa. A sensação de não reconhecimento, não valorização – se funde ao sentimento de fracasso.    
  3. Uma pessoa que não quer se divorciar por ainda gostar do companheiro(a), também se sente fracassada, pois pode não se sentir digna de ser amada, sentir que seu amor pelo outro não foi suficiente para gerar reciprocidade ou ainda achar que outras pessoas são “melhores” que ela. Nesse caso, o sentimento de fracasso pode se misturar ao sentimento de inferioridade, inutilidade, baixa autoestima e insegurança. Elas podem se sentir incapazes! Incapazes de conquistar, de manter a paixão, o amor… E essa sensação de incapacidade se fundir com uma grande culpa.  
  4. Outra hipótese para o sentimento de fracasso é quando a pessoa sente que falhou na escolha do seu par. É como se ela tivesse obrigação de saber antecipadamente como seria o casamento e se não conseguisse enxergar os possíveis “furos”, conflitos ou incompatibilidades, ela fica frustrada de não ter lido corretamente os sinais e se questiona “Como fui me envolver com uma pessoa assim?”. Esse tipo de frustração se mistura com decepção, culpa e vontade de voltar no passado e ter a oportunidade de não ter escolhido esse(a) parceiro(a).  
  5. Por fim, a separação pode ocorrer no meio de alguma meta importante para o casal – ex. planos de engravidar, de mudar de cidade, de fazer uma viagem. Para ser algo significativo e que gere sentimento de frustração pela não concretização do objetivo, este geralmente foi pensado com antecedência e carinho ou por ambos, ou pelo menos por um dos parceiros. A não realização de um sonho – que poderia estar prestes a acontecer – mas a separação o tornou inviável, pode trazer sentimentos de frustração às vezes tão fortes quanto o próprio divórcio.  

Como falado, estas são apenas algumas possibilidades que desencadeiam a sensação frustrante do rompimento do casamento. Considerando que ninguém se casa pensando na própria separação, é possível pensar que ninguém “tira de letra” neste momento. Mas então, o que fazer quando isto acontece? É possível fazer algo para apaziguar o sofrimento e os sentimentos negativos que podem surgir ao longo do processo? 

Na realidade, cada pessoa vai encontrando aos poucos a sua própria forma de elaborar o luto e seguir em frente. Existem sim, sugestões  que dão certo com muitas pessoas, como: buscar ajuda na sua rede pessoal de apoio – família e amigos podem fazer toda a diferença para atravessar este momento; buscar ajuda psicoterapêutica; estar em um ambiente novo, fazer algum curso, começar algum hobbie, conhecer pessoas diferentes podem ajudar a tirar o foco do sofrimento; buscar ajuda de um bom advogado – para ter segurança perante decisões judiciais se for o caso; fazer alguma viagem para sair da rotina e ter a possibilidade de descansar a mente… Enfim, existem diferentes formas e cada pessoa tem que ver o que faz mais sentido em cada momento. Mas é preciso ter clareza de que sentir frustração ou qualquer outro sentimento que consideramos negativo, é apenas uma fase de um fechamento de um ciclo e, que se tudo correr bem, irá passar e dará espaço para outros tantos sentimentos bons de renovação e abertura para novos caminhos.

Rosa Abaliac Psicóloga Clínica – CRP : 06.115830

Instagram: @rosaabaliacpsi

Os motivos da separação

A convivência a dois é sempre um desafio, pois as pessoas pensam e agem de formas e com motivos diferentes. A separação de um casal gera sofrimento para os envolvidos e pode ocorrer por diversos motivos. Esses motivos podem ser:


1 – Desconexão emocional
2 – Afastamento físico
3 – Surgimento de uma terceira pessoa
4 – Problemas com familiares (pais, sogros, cunhados ou outros)
5 – Problemas financeiros
6 – Educação dos filhos
7 – Relações abusivas (física, psicológica, sexual ou material)
8 – Sem motivos específicos


Das motivações citadas acima, embora todas sejam potencialmente dolorosas, quero destacar a última: quando não há um motivo específico! Nesses casos geralmente passa-se um tempo muito grande entre a tomada de decisão e a comunicação da decisão ao par e a outras pessoas, pois a dúvida é intensa e o medo da crítica também, assim como a dificuldade de aceitação do outro.

As pessoas amigas ou familiares próximos sempre perguntam qual o motivo que levou o casal a se separar, e muitas vezes julgam os motivos como suficientes ou não, com base nas suas vivências. Quando não há um ato violento, uma terceira pessoa ou a interferência de familiares, ou até mesmo problemas com dinheiro, o divorciando tende a sentir-se inseguro e
criticado pelas pessoas.

Se você está passando por um processo de divórcio e separação precisa estar atento às suas necessidades e sentimentos, sem ter que atender aos motivos dos outros para ficar ou sair de uma relação.

Se você é amigo ou familiar de uma pessoa em processo de divórcio, é importante oferecer apoio sem julgamentos, resistindo à tentação em medir a dor e a resistência do outro a partir das suas experiências. Apoio é tudo que uma pessoa que está nessa difícil transição relacional precisa!

Tayora Dantas (@taydantaspsi)
Psicóloga Conjugal e Familiar
Gestão de separação e divórcio
Atendimento Online

Você não é o alecrim dourado nem o vilão do próprio filme – não se culpe!

E então o divórcio. Pois é. Olhando para trás, passa um filme com direito a trailer dos melhores e piores momentos, né? Como é natural, o casamento tem muita alegria no dia a dia a dois, mas também oferece provações e dilemas, alguns realmente muito difíceis, às vezes intransponíveis, tanto que o trem da felicidade chegou ao fim da linha. 


“Quem está de fora vê melhor o jogo”, dizemos e ouvimos. E no casamento não é diferente. Mas é durante a vivência do “na alegria, na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte nos separe”, é que se experiencia o quanto é difícil atravessar a vida a dois. A dois, a três, quatro – eu me referia a filhos, mas se você pensou em relacionamento extraconjugal, vale também. Entendi seu raciocínio e volto a ele em outro texto.


Penso que primeiro precisamos deixar claro que você não é o alecrim dourado nem o vilão do próprio filme – não se culpe! Não sinta culpa pelo divórcio, compartilhe responsabilidades. As crises nascem uma hora ou outra no casamento. Sim, no de todas as pessoas. E as crises não brotam, viu? Elas são geradas, por isso nascem! Por quê? Por que as pessoas mudam, as circunstâncias ao nosso redor também estão sempre em transformação, enfim, nada é estático.


Não te avisaram, mas (casando ou não) ao ser humano é necessário exercitar a capacidade de adaptação. Não adianta esperar que tudo continue do jeito que sempre foi. Até por que não será e você percebeu, né? Então, a rigor, você casou com uma pessoa e se divorciou de outra. Sim, por que você não estava mais se relacionando com quem casou nem seu cônjuge com a pessoa que trocou alianças.


Percebeu agora que é preciso rever o filme da história de vocês, com calma e muita pipoca, para compreender as cenas que bugaram sua mente durante a jornada a dois? Viu só como é complexo casar, vivenciar o casamento e divorciar? Nada é simples nem fácil; nem só dolorido, nem só colorido. Somos humanos, não exatos. De novo: não se culpe, compartilhe responsabilidades. É emocionalmente mais saudável. E você precisa de saúde emocional para seguir adiante.

Por: Camila Custódio –  Psicanalista & Terapeuta

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A separação como um luto!

A separação ocorre como um processo de luto. E como tal, atravessa cinco fases: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação. Essas fases nem sempre são sequenciais e progressivas, de modo que quando você acha que já está na fase da aceitação, pode ressurgir um sentimento de raiva ou de depressão, e isso não é um sinal de fraqueza, mas sim que essa ferida ainda precisa de mais tempo para cicatrizar.

Vamos conhecer um pouco mais dessas fases:

1 – Negação – é muito comum que o primeiro impacto da notícia da separação gere um sentimento de negação, a pessoa “finge” que nada está acontecendo como uma forma de defesa contra a ameaça da dor;

2 – Raiva – nesta fase a pessoa começa a se dar conta do que está acontecendo e isso pode gerar o sentimento de raiva, de si ou do outro, de revolta contra o rumo que a relação tomou, do que ouviu ou falou, ou até deixou de ouvir ou falar; 

3 – Negociação – nesta fase a pessoa pode entrar em negociação com o par no intuito de retomar a relação, quando tende a só ver as coisas boas do relacionamento, ou então pode entrar em negociação consigo mesma e buscar os motivos para justificar a separação;

4 – Depressão – aqui o sofrimento pode se instalar, a pessoa se dá conta de que de fato a relação chegou ao fim, isso pode trazer um sentimento de tristeza e desânimo. Buscar pessoas que possam apoiar ou um profissional para elaborar essas questões é fundamental;

5 – Aceitação – Essa é a última fase do luto, o divórcio passa a fazer parte da vida, o que não significa que os outros sofrimentos não estejam mais presentes, mas passam a ser compreendidos como parte do processo. Quando ocorre a aceitação, a pessoa passa a se abrir às novas possibilidades e pode se permitir redescobrir a si e ao que lhe rodeia.

De qualquer modo, a separação é um processo que gera um turbilhão de sentimentos, sendo fundamental que as pessoas busquem o apoio que pode ser de amigos, familiares ou de um profissional qualificado. Muito mais do que um fim, uma separação pode marcar o começo de uma nova e mais feliz vida!

Com carinho,

Tayora Dantas

Psicóloga CRP 19/1073

Gestão de separação e divórcio

Atendimento Online.

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5 Dicas para Comemorar bem o Dia da Mulher

Bem vindas (os) ao Idivorciei! Eu sou a Gisela Gusmão, Psicóloga e Psicoterapeuta de Casal e Família.


Gostaria de iniciar este artigo convidando cada leitora a deixar um comentário a respeito do Dia Internacional da Mulher. A sua opinião é muito importantes. Participe!

A data é celebrada anualmente, no dia 8 de março, desde 1918 e oficializada somente em 1975. Tem origem nos EUA, quando em 1909, mulheres iniciaram manifestações pela igualdade de direitos civis,
em favor do voto feminino, bem como da imposição de uma carga horária de trabalho desumana, chegando à 16h/dia inclusive aos domingos.

A título de reflexão, gostaria de listar algumas formas de comemoração desta data, que podem desviar o foco dos seus reais propósitos. Há muitas décadas que nesse dia as mulheres são presenteadas com flores, chocolates, folga no trabalho e muitas mensagens cordiais. Entretanto, no restante do ano, é uma luta conseguir um voluntário para ao menos lavar a louça, reduzindo a sobrecarga da jornada dupla que a maioria de nós enfrenta.

Para esse Dia Internacional da Mulher, o meu presente são 5 dicas para celebrar bem. Ação é tuuudooo!

  1. Aproxime-se de pessoas que te tratam de forma especial todos os dias. Não somente nos 8 de Março.
  2. Promover reflexões sobre igualdade de deveres dos homens, não somente de direitos das mulheres.
  3. Analise quais avanços você conseguiu nos aspectos pessoais a partir do estabelecimento de regras claras e objetivas, para tornar mais sadia a sua relação com os homens que convivem com você. Se ainda não criou o seu plano de transformação, comece já.
  4. Eleja uma tarefa da sua jornada dupla que será delegada aos que convivem com você e promova uma reflexão a esse respeito.
  5. Faça uma lista de pontos a serem aprimorados até a próxima celebração em 2022, transformando o “ser mulher empoderada” num objetivo de ordem prática.
    Continuem com a gente. Pois no Idivorciei você nunca está sozinha(o).
    Parabéns e boa sorte a todas!!

Por Gisela Gusmão – Psicóloga e Psicoterapeuta de Casal e Família

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Faça diferença para si e irradie esperança!

A existência do ser humano é permeada por desafios e conflitos, os quais podem aproximar as pessoas de um estado no qual a negatividade e a desesperança estão sempre presentes.

Entretanto, apesar de sermos constantemente bombardeadas com matérias a respeito da violência contra as mulheres e a supressão dos nossos direitos, este não é um fim para todas. É possível, ainda nesta época conturbada, usufruir de saúde física e mental, de felicidade e de realizações pessoais, mantendo a autonomia e uma performance ativa diante do mundo.


É imperativo nos unirmos e buscarmos apoio de profissionais que entendam esta realidade para ultrapassarmos os limites que nos foram impostos.


Deixo o vídeo da entrevista com Sumiko Iwamura, a DJ japonesa de 83 anos, conhecida como SUMIROCK.


Esta senhora é um ícone para as mulheres de todo o mundo, pois desafiou sua cultura, a idade avançada e conquistou um espaço normalmente ocupado por homens jovens.


Parabéns pelo Dia das Mulheres!

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