A difícil escolha do padrasto ideal para nossos filhos e a conquista de uma boa convivência

Ser um bom padrasto não é uma tarefa fácil, assim como também não é fácil encontrar alguém que esteja disposto a se relacionar com outro alguém que já tenha filhos.

Esta aí um grande dilema: a busca pela boa convivência entre o padrasto e seus enteados. O relacionamento entre pessoas deve vir para somar, não para separá-las ou para impor ideias conflituosas.

Casos de agressões, estupro e homicídio são cada vez mais noticiados no mundo todo, surgindo um crescente medo em decidir por inserir alguém novo na vida dos filhos.

Além disso, atualmente, lidamos com a necessidade em aprender novas formas de nos conectarmos com a sociedade.

A pandemia fez com que o número de usuários de sites de relacionamentos aumentasse consideravelmente, e com isso, pessoas estão se relacionando com outras pessoas sem saber se o que está sendo mostrado do outro lado é real ou virtual.

Diante disso, mulheres estão investigando as fichas criminais de homens antes de começar relacionamentos, pois muitas das vezes, a mulher, principalmente, se encanta com a beleza física, com as palavras doces e perde a racionalidade para avaliar a situação em que está envolvida.

É claro que o risco nunca será nulo, por isso, toda cautela é fundamental para não colocar os filhos e a si própria em perigo.

É importante que a honestidade prevaleça, ou seja, jamais omitir o fato de ter filhos para o parceiro. Consequentemente, observar as falas, comportamentos e pensamentos do pretendente, e ir com muita calma, analisando o perfil do amado. Nada de deixar, logo no início, os filhos sozinhos com o pretendente, por exemplo.

Em contrapartida, ir preparando a cabecinha dos filhos para o recomeço da vida amorosa da mãe, que, antes de ser mãe, é uma mulher com sonhos, anseios e desejos, porém, deixar visível que a prioridade sempre serão eles.

Os ciúmes irão surgir de ambas as partes, mas sabendo conciliar o tempo de qualidade com cada um, a boa convivência poderá surgir.

Fundamental saber colocar cada um no seu lugar também é válido, apesar de não ser tão fácil. Geralmente os filhos estão carentes devido a uma separação recente, e o parceiro carente de uma atenção natural do início de qualquer relacionamento.

Contudo, nada que uma boa conversa com maturidade e respeito não evolua para um bom convívio. Afinal, o amor, entre tantas exigências, também é se disponibilizar de paciência com o tempo e a história de cada um.

Apesar de haver inúmeras hipóteses de dificuldades em um recomeço, a transparência deve ser primordial para não deixar dúvidas quanto ao afeto existente entre os envolvidos.

Estar aberto ao diálogo, saber definir horários de convivência com o filho e com o parceiro, inserir atividades onde todos possam participar, facilitam a interação, além de aprimorar as informações entre eles, lembrando sempre, que o tempo de cada pessoa deve e precisa ser respeitado.

Pela natureza, a mulher vem primeiro do que a mãe, mas ao se tornar mãe, torna-se também, eternamente, responsável por cada vida gerada.

Feliz Recomeço!

Por, 

Renata Lemos

OAB/ES 24437

Advogada da Mulher

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Convivência com os filhos após o divórcio – A importância da comunicação entre os pais

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), o direito à liberdade  compreende, dentre outras coisas, à convivência familiar e comunitária, sem discriminação.  Mas não é preciso uma lei para dizer o óbvio, a criança tem o direito nato de convivência com  a sua família, nuclear (pai, mãe e irmãos) e alargada (tios, primos, avós…).  

E não só o direito, mas principalmente o desejo. Em regra, os filhos desejam os seus  pais juntos e em quase todos os casos os filhos amam pai e mãe mesmo com seus defeitos e  dificuldades, irrestritamente. Quando há um rompimento da relação entre os pais, é possível  que os filhos se sintam perdidos e até culpados, sintam-se impelidos a escolher entre um ou  outro, especialmente àquele com quem mantém maior convivência ou àquele que demonstra  maior sofrimento. 

É possível que os filhos sintam a necessidade de “tomar partido” de um dos pais, mas  não é saudável. É preciso compreender que a dissolução da relação amorosa não dissolve os  vínculos de mãe e pai, nem muito menos os de avós, tios e primos. E precisamos compreender  ainda que a família é a nossa estrutura, ainda que não seja ideal e que a escolha do pai ou mãe  dele foi nossa (e não da criança). 

Quando há uma separação com filhos, além da nossa dor do luto dos sonhos e projetos  em comum, precisamos reconhecer a dor dos filhos e acolhê-la, ou mesmo pedir ajuda para  isso. Deixar de lado as dificuldades do ex-casal para reconhecer que o filho é indissolúvel pode  ser bastante incômodo e doloroso, mas é assim, e sendo assim, vamos tentar fazê-lo da  melhor forma. 

Uma comunicação básica assertiva entre os pais, sobre os filhos, é necessária para a  saúde mental de todos os envolvidos. A comunicação não violenta (CNV) nos aponta um  caminho minimamente seguro. Comunicar o fato (e não a sua interpretação dele), qual o  sentimento que isso gera em você (e não como o outro faz você se sentir) e qual a sua  necessidade (sem para isso superestimar a atitude do outro) é fundamental. Bem como,  escutar o outro de forma a captar o fato, o sentimento e a necessidade dele, limpando a  comunicação de mágoas e provocações é um desafio e uma necessidade. Para a sua saúde  mental, para a saúde mental do seu filho e para uma relação saudável entre vocês.  

Acredite que é possível continuar a ser família após o divórcio!

Tayora Dantas 

Psicóloga CRP 19/1073 

Gestão de Conflitos em Separação e Divórcio.

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