Divorciados sob o mesmo teto

Olá Pessoal! Bem vindos ao Idivorciei! Eu sou a Gisela Gusmão, Psicóloga, Psicanalista e Terapeuta de Casal e Família. O artigo de hoje é para você que está separado(a)/divorciado(a) vivendo debaixo do mesmo teto. 

Se você já viveu ou está passando pela experiência de compartilhar a mesma casa com o seu ou com a sua ex, este artigo é para você!  É possível que casais separados vivam felizes e em harmonia debaixo do mesmo teto? A separação/divórcio na quarentena está desconfortável? Você não consegue dar o passo definitivo? Leia até o final e reflita comigo a respeito das mudanças no modelo tradicional de família, suas novas configurações, e, como isso tem influenciado as separações. O conhecimento é libertador e ajuda a aliviar as angústias. 

Nas últimas décadas, o modelo tradicional de família tem dado lugar a novas configurações e com isso mudaram também as formas tradicionais de matrimônio, bem como das separações/divórcios. Em geral, o processo começava com o distanciamento físico de um dos pares, que deixava o lar, e, os trâmites corriam por meses ou anos, até que o divórcio fosse concluído. 

Atualmente, nem todos seguem as tradições, pelo menos no que se trata de separação. Antigamente, quando um relacionamento chegava ao fim, cada um ia pro seu lado e pronto! Normalmente os filhos permaneciam com as mães e muitos dos pais constituíam uma nova família, e até mesmo desapareciam. Porém, atualmente, para alguns casais, não é bem assim que acontece. O título Casais Divorciados Vivendo Sob O Mesmo Teto, chega a dar calafrios em algumas pessoas. No entanto, não raro, casais escolhem essa configuração. 

Eu dividi a apresentação em 3 grupos: Juntos Por Opção, Unidos No Sufoco, Reféns Do Medo.

As pessoas que decidem continuar Juntos Por Opção, geralmente o fazem porque querem economizar dinheiro para investir na educação e no lazer dos filhos, para continuarem a investir nos próprios estudos, e, para otimizarem o tempo em relação às tarefas com os filhos. Um ponto muito importante tem sido a oportunidade de atuarem juntos no processo de educação dos filhos.

Como esses “ex” vão acertar os ponteiros, depende do contrato que será estabelecido. Não existe uma regra que venha de fora da relação. Mas, normalmente eles dividem igualmente as despesas, as tarefas da casa e o cuidado com os filhos. Se vão ou não levar namorados ou namoradas em casa depende do que foi combinado, mas normalmente eles levam para casa pessoas que estão no status de relacionamento sério. Mas, não é uma regra, considerando que há casais mais liberais e espontâneos, para os quais os relacionamentos casuais não são percebidos como um problema. 

Já aqueles que estão Unidos No Sufoco, geralmente gostariam de usufruírem cada qual o seu espaço. Mas, por questões financeiras, não conseguem sobreviver sozinhos. Os contratos nesse caso são mais complicados, pois geralmente esses parceiros precisam ainda, manejar questões com dívidas e desemprego de um dos pares ou de ambos. Por não terem uma situação definida e estável, há dificuldades em cumprirem com os acordos, o que vai demandar muitos conversas para reverem o combinado, muita paciência e empatia afim de, encontrarem a harmonia. Há ex casais que terminam encontrando o ponto de equilíbrio e passam a viver juntos por opção. O tempo e a criatividade são dois grandes aliados nesse processo.

Os Reféns Do Medo são casos geralmente graves e tristes, no qual há um dos pares impõe uma relação de abuso ao outro, quer seja material, de violência física, psicológica, sexual, ou tudo isso junto, usando da manipulação, da chantagem e/ou da ameaça para obrigar o outro manter as coisas como sempre foram: apenas o algoz se beneficia, sempre. Geralmente os acordos não são cumpridos pelo abusador ou pela abusadora, e, não raro a vítima se vê obrigada a deixar a casa e arcar com inúmeros prejuízos materiais e emocionais. Se você está vivendo uma relação assim, procure ajuda terapêutica urgente e se necessário, o amparo legal. Quanto antes melhor!

Para quem ainda está vivendo debaixo do mesmo teto, como tem sido nessa fase de isolamento social? Muitas pessoas, incluindo eu mesma, pensávamos que seria a pandemia da “sofrência”! Imagine ficar em isolamento com alguém cuja presença nos incomoda! De fato, foram inúmeros os casos de pessoas atingindo o limite do estresse! Mas, me surpreenderam, alguns relatos que apontaram questões positivas. Por exemplo, uma pessoa me disse que trabalhavam muito, mal se encontravam e raramente conversavam.  Com a pandemia, ela pode notar que alguns pontos dos quais sempre se queixava, já não faziam parte do repertório de defeitos do (a) ex. E, está repensando em tentarem novamente.

Há de tudo! Não existe experiência igual. Por isso, eu gostaria muito de saber a opinião de vocês e de conhecer um pouco das suas histórias. Por favor, escrevam nos comentários e se você tem uma história, que possa ajudar outras pessoas, perguntas ou dicas envie para contato@psiqi.com.br e vou compartilhar aqui. Lembre-se, você não está sozinho! Boa sorte!

Instagram: https://www.instagram.com/gisela_gusmao/

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