As fases do divórcio

Retomando as fases que compõe esse momento delicado e que pode servir para mudança… não é do dia para a noite que alguém decide encerrar uma relação. Há muito em jogo: expectativas, sonhos, compromissos, responsabilidades, afetos e até algum grau de comodismo.

Em um primeiro momento existe uma contemplação – reflexão e quase que uma equação. Para ser sintético, posso dizer: se o resultado for positivo, a tendência é de continuidade; se neutro também. Muitas vezes até o resultado negativo pode levar um tempo para culminar com o término. Não é uma conta simples, existem muitas variáveis.

Ainda mais em um país ainda em desenvolvimento, onde um divórcio tem implicações financeiras e estruturais. Após a contemplação, tendo se optado pelo rompimento, caminhamos para o anúncio.

E aqui destaco que por vezes o anúncio não é exatamente definitivo; podendo servir como “pedido de socorro para a relação”. Mas caso seja o anúncio verdadeiro e taxativo, adentramos uma nova fase – talvez a mais desafiante.

A reconstrução é inexorável e dispende suor, afinco e cuidado. É preciso ter gana para reestruturar uma vida; mas também cuidado com sigo mesmo. Se não tivermos atenção, aqueles modelos já vigentes podem ser repetidos e consolidados em novas relações.

E, dia após dia, o término (no nosso caso de discussão, o divórcio) é concretizado – mudanças se sucedem: no âmbito infraestrutural, financeiro, afetivo, social, familiar, dentre tantos.

Lembremos que o terreno deixado vazio após a saída de alguém de nossas vidas deverá, aos poucos, ser preenchido e reocupado. E, de novo, reforço o alerta para que essa ocupação seja bem feita. Que nossos corações voltem a ser preenchidos por algo que vale verdadeiramente a pena em ser amado.

Por Gustavo Villa Real, médico (CRM 209727/SP), psicanalista e colaborador do Idivorciei. 

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